A Bíblia Grega, também conhecida como Septuaginta, é a mais antiga tradução da Bíblia Hebraica para o grego antigo. Ela foi produzida no século III a.C por judeus de Alexandria e contém a versão completa do Antigo Testamento Judaico, além de alguns livros adicionais.v

A Septuaginta é uma coleção quadripartite, ou seja, é dividida em quatro partes principais: a Lei ou Pentateuco, os Históricos, Sabedoria ou Poéticos e os Profetas.

Durante a mudança do panorama geopolítico no Antigo Oriente Próximo, com a liderança de Alexandre, o Grande, e a sua conquista dos persas, surgiu a política de helenização, que visava dominar culturalmente os vastos territórios incorporados ao império.

Nesse contexto, a cidade portuária de Alexandria, no Egito, abrigava uma grande comunidade judaica, e foi lá que, em cerca de 250 a.C., estudiosos judeus se comprometeram a traduzir a Bíblia Hebraica para o grego, começando pela Torah.

De acordo com uma lenda registrada na Carta de Aristeas, 72 estudiosos de Jerusalém trabalharam em duplas por 72 dias para produzir a famosa tradução grega dos textos hebraicos e aramaicos em língua grega comum, conhecida pelo nome de Septuaginta.

Essa tradução foi amplamente utilizada pelas comunidades judaicas da diáspora e, posteriormente, adotada pela comunidade cristã primitiva, sendo essa a edição grega da Bíblia Hebraica mais citada pelos escritores do Novo Testamento.

Os livros apócrifos foram adicionados posteriormente à Septuaginta, e não são considerados canônicos por algumas denominações cristãs, como as igrejas reformadas e evangélicas. Entre os apócrifos encontram-se livros como Tobias, Judite e Sabedoria.

A Septuaginta foi uma importante fonte de estudo para os primeiros cristãos, especialmente para os que não falavam hebraico ou aramaico. A tradução para o grego permitiu uma disseminação mais ampla do texto bíblico na língua comum da época, consolidando o cristianismo como uma religião universal.

Atualmente, a Septuaginta é usada como base para a tradução de muitas Bíblias em línguas modernas, como o inglês e o português. Seu legado continua a inspirar a teologia e a filosofia em todo o mundo.

Em resumo, a divisão quadripartite da Bíblia Grega permite uma organização e compreensão mais eficiente do texto bíblico, e sua ampla utilização como fonte de estudo e tradução em línguas modernas é uma prova de sua relevância e importância na história da humanidade.